terça-feira, 13 de setembro de 2016

“Há vida na morte”.


A consciência inferior se expande e se funde
na LUZ CLARA DA CONSCIÊNCIA PURA E PLENAMENTE ELEVADA...
A gota d’agua se une ao oceano...
O amor menor se une ao Amor Maior...
Metáfora
“Há vida na morte”.
(História contada pelo Rabino Nilton Bonder, A arte de se salvar, Ed. Imago, p.132.).
Em uma pequena cidade várias pessoas sonharam um mesmo sonho. Nesse sonho premonitório, todos recebiam a mesma mensagem: Em determinado dia e hora os mortos ressuscitariam por um período de meia hora.
Revelado o segredo a cidade toda começou a se preparar para o incrível acontecimento. Familiares de pessoas falecidas quase enlouqueceram, na expectativa de tão ansiado e breve encontro.
No dia marcado, na hora marcada, sucedeu que os mortos levantaram de suas tumbas.
O povo reunido na porta do cemitério, nem aguentava mais de tanta emoção!
Para surpresa de todos, os mortos ressuscitados puseram-se a correr, passando ao largo de seus familiares como se nem os reconhecessem.
Perplexo e assombrado, o povo começou a seguir os ressuscitados para saber aonde iam.
Descobriram então que todos corriam para a casa de estudos e que, de maneira desvairada, retiravam livros das prateleiras e os liam ardorosa e compulsivamente, querendo absorver até o último segundo de seu estudo!
Passada exatamente meia hora, como colegiais que se apegam até o último instante às suas provas, eles foram voltando pouco a pouco até suas tumbas.
A moral da história está exatamente no discernimento que os mortos redivivos demonstraram em relação à importância do tempo que lhes foi dado! Caso tivessem em vida, todo o conhecimento que agora dispunham, teriam com certeza, vivido suas vidas de maneira diferente...

Ensinamentos Budistas nos orientam a incluir a morte na vida, a refletir diariamente a respeito dela e sobre o quanto essa vida é passageira, pois isso nos ajudará a lidar melhor com os desafios e conflitos, a aperfeiçoar melhor o tempo que temos em vida e a alcançar níveis cada vez mais elevados e puros de consciência.
Muitas vezes, sustos grandes que nos fazem lembrar que a morte existe, nos levam automaticamente a refletir sobre a certeza de que nosso corpo é mortal e a ficarmos mais sensíveis para reconhecer os benefícios do verdadeiro desenvolvimento espiritual[1]...
Segundo Bel César, “A morte é uma experiência muito difícil se estivermos despreparados para lidar com ela. Pois quando não podemos mais nos apoiar no mundo exterior, contamos apenas com nosso eixo de segurança interna”.
Pensar na morte e dar um significado especial para ela nos levará a refletir melhor sobre a vida, a ressignificá-la, desfrutá-la mais conscientemente, a nos sentir gratos por estarmos vivos, a nos percebermos energeticamente despertos e a nos tornarmos mais familiarizados com ela em termos positivos.
Aprendemos no Livro Tibetano do Viver e do Morrer de Sogyal Rinpoche, Ed. Talento, “... que a morte é um processo de dissolução gradual.” Que todas as experiências de medo, angústia, tristeza, fobias e pânicos, durante o processo de morte, acontecem por nos apegarmos a crenças que desenvolvemos em vida.
Para Lam Rim, existem 03 considerações sobre a mortalidade, que nos beneficiarão na hora da morte e auxiliarão a despertarmos para uma consciência mais elevada ainda neste plano e com este corpo:
1.    A morte do corpo é certa e inevitável.
2.    Nunca sabemos quando nosso corpo irá morrer.
3.    No momento da morte, só uma coisa poderá nos ajudar: o desenvolvimento espiritual que tenhamos praticado até então.
As marcas, os rastros que vamos deixando de amor, sabedoria, paciência, dedicação, disciplina, perseverança e compaixão, auxiliarão a nos desenvolvermos espiritualmente, a termos uma percepção de morte mais ampla e por consequência, a vivermos mais alegres e plenos e assim, podermos morrer em paz, serenos, tranquilos e com a missão cumprida!
Portanto, muitas filosofias nos recomendam aproveitar a vida para purificar nosso processo mental e auxiliar os outros a fazerem o mesmo!
Segundo sabedorias milenares, para purificarmos nosso processo mental e expandirmos mais e mais a consciência, é necessário adquirir familiaridade com nosso mundo interior, pois independentemente de um sistema religioso, quando desenvolvermos mais compaixão, amor e paciência de nós para nós, vibraremos em níveis elevados de consciência, com resiliência necessária para perceber vida na morte e por consequência estaremos em mais condições para entender e acolher melhor o outro além de suas vontades e carências imediatas, atende-lo em suas necessidades internas!
E caso a gente se depare com a proximidade da morte e nem tenha um método de interiorização que nos dê força interior e sabedoria para lidar com a situação, pode ser importante, buscar auxílio exterior de alguém que nos ajude naquele momento, a dar um salto em nosso desenvolvimento espiritual!
Desejo sucesso em seu processo de: purificação mental, desenvolvimento espiritual, reconhecimento e cuidado da essência desta vida humana e, com certeza, no que depender de mim, conte comigo!
Bênçãos e felicidades!
Abraços,
Norma Assunção
Reflexões com base nos livros:
O LIVRO TIBETANO DOS MORTOS da Ed. Rocco, O LIVRO DAS EMOÇÕES de Bel César da Ed. Gaia, A ARTE DE SE SALVAR do Rabino Nilton Bonder da Ed. Imago e LIVRO TIBETANO DO VIVER E DO MORRER de Sogyal Rinpoche, Ed. Talento.

  








[1] Nilton Bonder

2 comentários:

Heloisa Helena Cardoso disse...

Obrigada querida mestra, por estar sempre cuidando amorosamente deste nosso processo de elevação....Ontem estava pensando neste livro, na época não terminei de ler...emprestei para minha mana, ela queria ler...estava se preparando para seu processo, antes de falecer, retornarei a leitura. Realmente precisamos aprender a viver...conexão plena com o Universo...aceitando a impermanência...a vida como uma onda no mar...e consequentemente estar preparada para a passagem...bjos saudade...

Norma Margareth De Marchi Assunção disse...

Estamos juntas amada!
Gratidão por sua existência!
Muito obrigada pela visita, volte sempre!