Para mim me dá a impressão que
começamos por nos queixar (reclamar) de algo e esse queixar depois evolui para
súplica (clamor)...
O clamor eu o percebo na prática como
um implorar por misericórdia...
A impressão que tenho é que o
reclamar vem antes do clamar.
Reclamamos normalmente quando,
·
Queremos
falar de algo,
·
Percebemo-nos
em situações desafiadoras,
·
Damo-nos
conta de pontos de melhorias,
·
Descobrimos
novas metodologias de trabalho, novos conceitos, etc.
Podemos evoluir para o clamor, no
meu entender, quando encontramos pessoas que,
·
Procrastinam
as ações, seja na vida pessoal, seja na vida profissional,
·
Interpretam
mal nossas reclamações, entendendo-as como acusações e ou condenações no
sentido pessoal,
·
Entendem
que nossas reclamações “não são
aplicáveis ou darão muito trabalho”, etc.
Poucas pessoas “compram
rapidamente nossas ideias”...
Como para nós as nossas
reclamações procedem, fazem sentido e são necessárias, nós então começamos a
clamar por elas.
Até que por tanto clamor uma
ideia é reconhecida e colocada em prática.
Assim quando ouvir alguém
reclamar de algo, leve em consideração sua queixa e investigue sobre do que
realmente ela está se queixando? O que será que ela está querendo? Qual a mensagem
que há por traz da reclamação? Será que há algo que você pode fazer? Será que é
necessário mexer em alguma ''zona de conforto'' Será que é necessário rever
algo?
Uma ideia nova que se nos
apresenta é percebida como queixa porque normalmente mexe em algum hábito que
temos e que está muitas vezes já bem enraizado...
Assim nossa primeira reação é por
vezes ignorar, resistir e ou até mesmo confrontar.
Antes mesmo de simplesmente interpretar
a reclamação como negativa pode ser importante:
·
Perceber
e investigar um pouco mais, até para observar se o que tem gerado a nossa volta
conflitos não é apenas resultado de um hábito de ter dificuldade de perceber e
reconhecer as situações à nossa volta que estão precisando de mudanças, de
melhorias por estarem em comportamentos repetitivos e automáticos,
·
Observar também,
o quanto as vezes temos essa tendência de, por força do hábito fazer as coisas
do jeito que estamos acostumados e só processar as mudanças devidas quando a
outra pessoa clamou e clamou muitas vezes por aquilo e
·
Analisar
as consequências de persistirmos fazendo as coisas do jeito que sempre fizemos
sem levar em consideração as queixas que porventura acontecem.
Claro que isso jamais justifica o
fato de que precisamos nos habituar a clamar, clamar, clamar...
Cabe a cada um de nós observarmos
se desenvolvemos e alimentamos o hábito inconsciente de iniciar reclamando e depois
evoluímos por clamar. Tanto pelo fato do outro só nos atender após a queixa
virar clamor, quanto pelo fato de termos um senso crítico alto em determinados
fatos ou situações.
Da mesma forma que pode ser desafiador
lidar com uma pessoa que adquiriu hábito de nos atender apenas quando clamamos
várias vezes, também o é para o outro lidar com a gente quando elevamos o
padrão de qualidade das coisas, situações, fatos, pessoas...
Para identificarmos os hábitos,
um dos critérios é observarmos os conflitos que acontecem em nossos
relacionamentos.
·
Conseguimos
identificar os momentos de resistências, de julgamentos e de rejeições às
ideias que vem do outro?
·
Conseguimos
identificar os momentos de lutas, de confrontos?
·
Conseguimos
identificar os momentos de fuga?
·
Conseguimos
identificar quando começamos uma reclamação?
·
Conseguimos
identificar quando a reclamação já evoluiu para clamores?
·
Quanto mais alimentamos os
hábitos, mais eles se fortalecem e se incorporam a nossa forma de falar,
pensar, sentir, emocionar-se e agir.
Temos o poder de escolher,
·
Continuar
alimentando esses hábitos,
·
Ou sermos
senhores de nossas vidas e optarmos por transmutar esses velhos padrões
inconscientes e encontrar um equilíbrio que seja ético, legal, ecológico e
moral numa verdadeira relação de ganha/ganha.
A boa notícia é que, se
quisermos, existem muitos livros, cursos, treinamentos que poderão nos auxiliar
nesse processo de deixar para trás hábitos arraigados muitas vezes por gerações.
Um bom jeito de deixar ir hábitos
é,
·
Tomar
consciência deles,
·
Admitir
sua existência,
·
Acolhe-los,
·
Investigar
qual o ensinamento,
·
Processar
o aprendizado,
·
Começar a
colocar o foco no que está dando certo das coisas, situações, experiências, fatos
bons e então,
·
AGRADECER
por eles.
E quando agradecemos estamos
reconhecendo as bênçãos que estão fluindo e a tendência são as melhorias
passaram a acontecer de forma crescente à nossa volta, pois as graças descem!
