sábado, 2 de fevereiro de 2019

RECLAMAR X CLAMAR


Quando buscamos no dicionário o significado das palavras reclamar e clamar encontramos, “reclamar – queixar-se”, “clamar – suplicar, implorar” (https://www.dicionarioinformal.com.br).
Para mim me dá a impressão que começamos por nos queixar (reclamar) de algo e esse queixar depois evolui para súplica (clamor)...
O clamor eu o percebo na prática como um implorar por misericórdia...
A impressão que tenho é que o reclamar vem antes do clamar.
Reclamamos normalmente quando,
·         Queremos falar de algo,
·         Percebemo-nos em situações desafiadoras,
·         Damo-nos conta de pontos de melhorias,
·         Descobrimos novas metodologias de trabalho, novos conceitos, etc.
Podemos evoluir para o clamor, no meu entender, quando encontramos pessoas que,
·         Procrastinam as ações, seja na vida pessoal, seja na vida profissional,
·         Interpretam mal nossas reclamações, entendendo-as como acusações e ou condenações no sentido pessoal,
·         Entendem que nossas reclamações “não são aplicáveis ou darão muito trabalho”, etc.
Poucas pessoas “compram rapidamente nossas ideias”...
Como para nós as nossas reclamações procedem, fazem sentido e são necessárias, nós então começamos a clamar por elas.
Até que por tanto clamor uma ideia é reconhecida e colocada em prática.
Assim quando ouvir alguém reclamar de algo, leve em consideração sua queixa e investigue sobre do que realmente ela está se queixando? O que será que ela está querendo? Qual a mensagem que há por traz da reclamação? Será que há algo que você pode fazer? Será que é necessário mexer em alguma ''zona de conforto'' Será que é necessário rever algo?
Uma ideia nova que se nos apresenta é percebida como queixa porque normalmente mexe em algum hábito que temos e que está muitas vezes já bem enraizado...
Assim nossa primeira reação é por vezes ignorar, resistir e ou até mesmo confrontar.
Antes mesmo de simplesmente interpretar a reclamação como negativa pode ser importante:
·         Perceber e investigar um pouco mais, até para observar se o que tem gerado a nossa volta conflitos não é apenas resultado de um hábito de ter dificuldade de perceber e reconhecer as situações à nossa volta que estão precisando de mudanças, de melhorias por estarem em comportamentos repetitivos e automáticos,
·         Observar também, o quanto as vezes temos essa tendência de, por força do hábito fazer as coisas do jeito que estamos acostumados e só processar as mudanças devidas quando a outra pessoa clamou e clamou muitas vezes por aquilo e
·         Analisar as consequências de persistirmos fazendo as coisas do jeito que sempre fizemos sem levar em consideração as queixas que porventura acontecem.
Claro que isso jamais justifica o fato de que precisamos nos habituar a clamar, clamar, clamar...
Cabe a cada um de nós observarmos se desenvolvemos e alimentamos o hábito inconsciente de iniciar reclamando e depois evoluímos por clamar. Tanto pelo fato do outro só nos atender após a queixa virar clamor, quanto pelo fato de termos um senso crítico alto em determinados fatos ou situações.
Da mesma forma que pode ser desafiador lidar com uma pessoa que adquiriu hábito de nos atender apenas quando clamamos várias vezes, também o é para o outro lidar com a gente quando elevamos o padrão de qualidade das coisas, situações, fatos, pessoas...
Para identificarmos os hábitos, um dos critérios é observarmos os conflitos que acontecem em nossos relacionamentos.
·         Conseguimos identificar os momentos de resistências, de julgamentos e de rejeições às ideias que vem do outro?
·         Conseguimos identificar os momentos de lutas, de confrontos?
·         Conseguimos identificar os momentos de fuga?
·         Conseguimos identificar quando começamos uma reclamação?
·         Conseguimos identificar quando a reclamação já evoluiu para clamores?
·          
Quanto mais alimentamos os hábitos, mais eles se fortalecem e se incorporam a nossa forma de falar, pensar, sentir, emocionar-se e agir.
Temos o poder de escolher,
·         Continuar alimentando esses hábitos,
·         Ou sermos senhores de nossas vidas e optarmos por transmutar esses velhos padrões inconscientes e encontrar um equilíbrio que seja ético, legal, ecológico e moral numa verdadeira relação de ganha/ganha.
A boa notícia é que, se quisermos, existem muitos livros, cursos, treinamentos que poderão nos auxiliar nesse processo de deixar para trás hábitos arraigados muitas vezes por gerações.
Um bom jeito de deixar ir hábitos é,
·         Tomar consciência deles,
·         Admitir sua existência,
·         Acolhe-los,
·         Investigar qual o ensinamento,
·         Processar o aprendizado,
·         Começar a colocar o foco no que está dando certo das coisas, situações, experiências, fatos bons e então,
·         AGRADECER por eles.
E quando agradecemos estamos reconhecendo as bênçãos que estão fluindo e a tendência são as melhorias passaram a acontecer de forma crescente à nossa volta, pois as graças descem!
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