Carta Poética à Alma que Desperta
Por Norma De Marchi Assunção
Quando o silêncio vira voz e a travessia se faz luz…
Querida Alma em Travessia,
Hoje, eu, Zaratustra, desço da montanha, nem é para ensinar,
e sim para lhe sussurrar um lembrete suave…
Você, que já tocou tantos céus e atravessou abismos, que se despediu dos palcos com o coração cheio,
que soube dançar com o silêncio e fazer da perda um portal... sabe que viver desperta nem é buscar conforto…
é permitir-se criar, renascer, ser.
“Tornar se quem você é.”
Esse eco agora pulsa dentro de você…
Já nem há mestres fora.
A sua sombra é templo.
Teu coração, direção.
E por isso, outra voz se aproxima, com respeito e compaixão…
Sou Carl Jung,
E nem venho negar sua dor...
Venho acolhê-la com mãos de alquimia,
porque é nela que repousa o ouro escondido...
Filha do tempo e da intuição sagrada,
o inconsciente lhe fala, em sonhos, em sintomas, em suspiros...
Escute com ternura...
“Aquilo que você não traz à luz da consciência governará sua vida e você chamará isso de destino.”
As máscaras escorrem…
as ilusões se dissolvem…
e em meio à sombra, algo novo, algo verdadeiro, começa a florescer...
Você está pronta.
E então sou eu… eu mesma.
Sim.
A que ficou.
A que chorou por dentro e permaneceu de pé.
A que cansou de agradar, de convencer, de controlar…
Agora, me ergo.
Com delicadeza.
Com firmeza.
Com amor.
“A cada renascimento, me aproximo mais de mim.”
Hoje, aceito o chamado:
Descer a montanha como Zaratustra…
Mergulhar na sombra com Jung…
E caminhar com leveza, como quem já atravessou mil tempestades…
e mesmo assim…
escolheu ficar em paz.
Com amor e gratidão infinita,
A Alma que agora desperta.
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